quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reality show com bebês no Brasil? O que você acha disso?

Sou mãe de dois filhos, professora da educação infantil e trabalho num Centro de Educação Infantil que atende crianças de 0 a 5 anos. Sempre lutei contra a ideia de que as mães largassem seus filhos na creche como se ali fosse um "depósito de crianças", onde apenas ficam durante o dia e são recolhidas no final da tarde, de janeiro a janeiro, com a desculpa de que "trabalho e não posso ficar com meu filho", assim como muitos dizem sobre animais que sofrem maus tratos. Nenhum ser vivo merece sofrer!
A criança não é um ser sem sentimentos, ela tem direito ao afeto e convívio com a família, precisa ter referências da sua realidade. Por esse motivo, lutamos pelas férias para as crianças no final do ano, para que tenha a oportunidade de fortalecer os laços familiares, sentirem que pertencem a um grupo e que são amadas.
Diante dessa realidade, a mídia comercial é mais um meio de desestruturar as famílias, corromper seus valores e disseminar ideias contraditórias sobre a vida e a sociedade.
Susto e indignação, foi o que senti ao ligar a televisão hoje pela manhã e perceber que estava passando um reality show com bebês e suas mães, na emissora que se diz a "n°1", mas no meu ponto de vista, é a n°1 em baixaria e apelação. Como se não bastasse o lixo de absurdos que a televisão aberta no Brasil empurra goela abaixo dos telespectadores, agora essa : mães nervosas, chorando na frente de seus bebês, todos confinados longe de suas casas e famílias, sentindo insegurança e medo. 
Tudo isso por causa de dinheiro! Mas eu não  culpo as mães, a emissora é que tem a responsabilidade de analisar se o programa é apropriado ou não. Sempre é tempo de rever, repensar e refazer melhor!
Autoria: Paula Tiago

TELEVISÃO: impacto sobre a criança e o adolescente


Ulysses Doria Filho e Joelza Mesquita Andrade Pires 

A participação da mídia televisiva na vida de todos e, principalmente, na das crianças e adolescentes é enorme. Ela forma opiniões, cria conceitos, direciona o consumo e influência o comportamento. As crianças, em especial, imitam o que vêem na tela ou incorporam padrões de comportamento por ela propostos. Estes valores nem sempre constituem preocupação dos responsáveis, estando sempre ameaçados por vultosos interesses econômicos. Infelizmente grande parte da programação atual oferecida pelos canais de televisão envolve violência. Centenas de estudos sobre os efeitos da exposição a esta violência nas crianças e adolescentes têm sido realizados nos Estados Unidos e permitem pressupor que esta clientela possa:
  • Tornar-se imune ao horror da violência.
  • Gradualmente aceitar a violência como forma de resolver conflitos.
  • Reproduzir a violência observada nos filmes.
  • Identificar-se com características inconvenientes de vítimas e/ou agressores.
Além destes efeitos citados a permanência prolongada nesta atividade está associada a:
  • Atividades solitárias e sedentárias com hábitos alimentares inadequados (excesso de consumo calórico e de sódio: ingestão de batata frita, pipoca, fast food, bolachas ...), que podem levar a obesidade e elevações da pressão.
  • Reprodução de insultos e agressões expostos nos jogos de computador;
  • Distúrbios do sono (Insônia);
  • Diminuição da comunicação inter-familiar e isolamento;
  • Dificuldades escolares;
  • Exposição maciça a propaganda focada no consumo de tabaco, de álcool, de roupas de grife e brinquedos da moda etc;.
  • Hiperestimulação sexual e antecipação do início da vida sexual;
  • Distúrbios de atenção aos 7 - 8 anos de idade têm sido descritos em crianças expostas a televisão antes dos 2 anos. 
Para se avaliar a influência da mídia no comportamento basta observar o modo como as crianças de hoje dançam e vestem. Programas de televisão freqüentemente apresentam temas vulgares, com forte apelo sexual (dança da garrafa, da “bundinha”, da vassoura, bailes funk). Novelas exibidas a tarde e no início da noite exibem um mundo absurdo, denegrindo valores, a família, a religião, banalizando o sexo e a violência. 

O que os pais podem fazer a respeito?
  • Reduzir o tempo para ver televisão a uma ou duas horas por dia.
  • Ajudar seus filhos a encontrar outras atividades que substituam a televisão, como esportes, hobbies e atividades familiares em grupo.
  • Conhecer os programas que seus filhos vêem. Quando eles mostram cenas de sexo, abuso de drogas ou violência, ajude-os a compreender o que estão vendo, mostrando toda a extensão do problema.
  • Impedir a instalação de aparelhos de TV nos quartos das crianças.
  • Manter livros, revistas e jogos de tabuleiro na saleta de TV.
  • Não usar a televisão como babá eletrônica de seus filhos.
  • Não permitir que crianças com idade inferior a 2 anos sejam expostas a mídia televisiva.
  • Não permitir refeições ao mesmo tempo em que assistem à televisão.
  • Ser um exemplo vivo do que deseja ensinar.
É importante enfatizar que existem programas altamente educativos e adequados para as mais diferentes idades e que esta mídia constitui a única forma de lazer e até mesmo de educação para milhares de brasileiros. A televisão presente em grande parte dos lares constitui uma realidade com a qual é necessário aprender a conviver.
Saiba mais: Crianças e Adolescentes Seguros. Guia Completo para Prevenção de Acidentes e Violências. Sociedade Brasileira de Pediatria. Coordenadores: Renata D. Waksman, Regina M. C. Gikas e Wilson Maciel. Editora: Publifolha, 2005.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O QUE VOCÊ VAI FAZER NESTE NATAL?

O fim do ano sempre é um momento de reflexão 

sobre tudo o que aconteceu nos últimos 365 dias





A proximidade do Natal nos faz pensar e repensar sobre comportamentos e ações que, na correria do ano todo, às vezes, ficam para segundo plano: a solidariedade e o amor.
Em meio a listas de presentes, eventos e mais eventos para comemorar o Natal e o novo ano que se aproxima, muitos se preocupam em tornar o natal dos "socialmente menos favorecidos" um pouco mais feliz, seja através de doações ou simples boas ações. Discursos de solidariedade e igualdade se espalham por todos os meios de comunicação. 
 
Que bom se fosse assim o ano todo!

Também aumentam as mensagens de pais tentando ensinar esses valores e muitos outros a seus filhos.
O que muitos esquecem é que as crianças já possuem muitos e muitos nobres sentimentos.  E se algumas delas os perdem durante o seu crescimento e passagem para a fase adulta, é porque o mundo e seus exemplos contribuem para isso.
Nós, adultos, deveríamos prestar mais atenção ao modo de ser das crianças. E tentar tirar todo o proveito dos verdadeiros bons exemplos que elas nos dão diariamente, e que teimamos em ignorar, presos à insistente desculpa do stress e correria do dia a dia.
Quando bem pequenas, as crianças têm um mundo próprio e uma maneira bem singular e simples de agir. Conforme vão crescendo, vão espelhando-se nos atos e exemplos dos adultos, o que acarreta, às vezes, à perda desta essência tão bela. 
É como um via de mão dupla: se aprendessemos com elas, mudando nosso comportamento, poderíamos dar melhores exemplos todos os dias, os quais seriam reincorporados pelas crianças na fase em que elas deixam o seu modo simples de ser para imitar os atos dos adultos, criando assim, um círculo de beleza e amor.
Desta forma, ao crescer a criança terá dos adultos bons exemplos de atitudes, se tornando um adulto mais humano e preocupado com o próximo.
Se a palavra Natal muitas vezes está associada a presentes, vamos aproveitar e incorporar os presentes e as lições que as crianças nos dão diariamente: a forma simples de olhar o mundo, a sinceridade, honestidade, inocência, imaginação, criatividade, a capacidade de perdoar com facilidade ou de pedir ajuda, o amor incondicional, a pureza e alegria inatos e até mesmo a capacidade rápida de cura quando ficam doentinhos (que, tenho certeza, está ligada à felicidade genuína deles, pois a felicidade tudo cura!).
E você já reparou como as crianças são perseverantes, possuindo a capacidade de lutar bravamente por um ideal sem, no entanto, desanimar ou estressar? E, ainda, a grande capacidade que possuem de lidar com a frustração da perda? Sim, pois embora, muitas vezes elas chorem e esperneiem no momento da crise, bastam dez minutos para que elas estejam prontas para um novo desafio. E sem culpar ninguém pelo insucesso. 
Ao pensar em presentes de natal, tenha uma certeza: o melhor presente, nós, pais, já ganhamos: nossos filhos! Vamos celebrar este presente grandioso e maravilhoso, mas nunca esquecendo de assimilar e colocar em prática as lições de amor, solidariedade e perseverança que eles nos dão (os presentes, não de Natal, mas de vida que nos dão diariamente e sem pedir nada em troca).

E acima de tudo, retribuindo e dando a eles muito amor.

Faço minhas as palavras do sábio Ruben Alves: "A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente".

Crianças são sábias e não economizam suas vidas. Sabem viver com alegria e simplicidade, aproveitando cada momento. 
Ao nos igualarmos às crianças, pelo menos um pouco todos os dias, viveremos e construiremos um mundo melhor, mais humano, justo e feliz, que será muito bem aproveitado quando nossos filhos crescerem.

Este, então, é o verdadeiro presente de Natal que podemos dar a eles. Basta tentar, mas não só tentar, é necessário agir e conseguir! 

Gostaria sinceramente que todos pudessem buscar a felicidade nos momentos  simples como no aconchego de um abraço verdadeiro, no olhar puro de um animal, no sorriso inocente de uma criança, naquele prato de arroz e feijão da mãe, naquela tímida mão no seu ombro (do pai) ... Só é preciso olhar sem analisar, apenas sentir!

Boas festas a todos!

Fonte:Cláudia Fernanda Venelli Razuk.
O que faz: Pedagoga e coordenadora do colégio Itatiaia.
Melhor lugar do Mundo: Minha casa, com meu marido e filhos e em qualquer lugar rodeada dos verdadeiros amigos.

Fale com ela: itatiaiaed.infantil@terra.com.br

domingo, 18 de novembro de 2012

O que não pode faltar na Educação Infantil?

Educação Infantil 0 a 3 anos

Fonte:http://revistaescola.abril.com.br 

Para que as turmas de 0 a 3 anos se desenvolvam plenamente, é preciso conhecer as características de cada faixa etária e garantir que algumas experiências essenciais façam parte do planejamento. Saiba como trabalhá-las e porque são tão importantes

Beatriz Santomauro (bsantomauro@fvc.org.br) e Luisa Andrade. Colaboraram Bianca Bibiano, Denise Pellegrini, de Curitiba, PR; Julia Browne, de Belo Horizonte, MG; Thaís Gurgel, de Sobral, CE; e Vilmar Oliveira, de São José dos Campos, SP.

                                                                                                         Foto: Diana Abreu
Foto: Diana Abreu1. Brincar

Objetivo: Embora a brincadeira seja uma atividade livre e espontânea, ela não é natural, mas uma criação da cultura. O aprendizado dela se dá por meio das interações e do convívio com os outros. Por isso, a importância de prever muito tempo e espaço para ela. "Temos a capacidade de desenvolver a imaginação - e é essa habilidade que o brincar traz", diz Zilma de Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP).

Propostas de Atividades: Uma das primeiras brincadeiras do bebê é imitar os adultos: ele observa e reproduz gestos e caretas no mesmo momento em que acontecem. Com cerca de 2 anos, continua repetindo o que vê e também os gestos que guarda na memória de situações anteriores, tentando encaixá-los no contexto que acha adequado. Tão importante quanto valorizar essas imitações é propor ações físicas que possibilitam sensações e desafios motores. "É pela experimentação que a criança se depara com as novidades do espaço, sente cheiros e percebe texturas, tamanhos e formas", explica Ana Paula Yasbek, coordenadora pedagógica da Escola Espaço da Vila, em São Paulo.

Alguns brinquedos também fazem sucesso nessa fase. Os mais adequados são os de peças de montar, encaixar, jogar e empilhar, além dos que fazem barulho. É preciso ter cuidado com a segurança e só usar objetos maiores do que o tamanho da boca do bebê quando aberta.
Para um trabalho eficiente, uma boa estrutura é essencial. Isso inclui ter material suficiente para que todos consigam compartilhar e um bom espaço de criação. "Os ambientes devem ser convidativos e contextualizados com a história que se quer construir", diz Ana Paula. Uma área ao ar livre, mesmo que com poucas árvores, vira uma grande floresta. Uma sala bem cuidada, rica em cores e com variedade de brinquedos e estímulos igualmente possibilita momentos criativos, prazerosos e produtivos.

Exemplo de como organizar a sala de atividades: Em Vitória, capital capixaba, a brincadeira é parte da rotina diária da CMEI João Pedro de Aguiar. As salas das turmas de 2 anos, por exemplo, são divididas em cantos. Num deles ficam os brinquedos de madeira para montar. Noutro, bichos de pelúcia e bonecas. Num terceiro, livros. Tudo em uma altura que permita a todos pegar o que querem sem ajuda. Diariamente, a classe passa um bom tempo no pátio, em que uma área é forrada de areia e outra acomoda brinquedos de plástico, como escorregador e cavalinho de balanço. "Ali, os pequenos correm e encontram amigos de outras turmas para que tenham a oportunidade de viver novas situações", diz a coordenadora pedagógica Wanusa Lopes da Silva Zambon.
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