quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reality show com bebês no Brasil? O que você acha disso?

Sou mãe de dois filhos, professora da educação infantil e trabalho num Centro de Educação Infantil que atende crianças de 0 a 5 anos. Sempre lutei contra a ideia de que as mães largassem seus filhos na creche como se ali fosse um "depósito de crianças", onde apenas ficam durante o dia e são recolhidas no final da tarde, de janeiro a janeiro, com a desculpa de que "trabalho e não posso ficar com meu filho", assim como muitos dizem sobre animais que sofrem maus tratos. Nenhum ser vivo merece sofrer!
A criança não é um ser sem sentimentos, ela tem direito ao afeto e convívio com a família, precisa ter referências da sua realidade. Por esse motivo, lutamos pelas férias para as crianças no final do ano, para que tenha a oportunidade de fortalecer os laços familiares, sentirem que pertencem a um grupo e que são amadas.
Diante dessa realidade, a mídia comercial é mais um meio de desestruturar as famílias, corromper seus valores e disseminar ideias contraditórias sobre a vida e a sociedade.
Susto e indignação, foi o que senti ao ligar a televisão hoje pela manhã e perceber que estava passando um reality show com bebês e suas mães, na emissora que se diz a "n°1", mas no meu ponto de vista, é a n°1 em baixaria e apelação. Como se não bastasse o lixo de absurdos que a televisão aberta no Brasil empurra goela abaixo dos telespectadores, agora essa : mães nervosas, chorando na frente de seus bebês, todos confinados longe de suas casas e famílias, sentindo insegurança e medo. 
Tudo isso por causa de dinheiro! Mas eu não  culpo as mães, a emissora é que tem a responsabilidade de analisar se o programa é apropriado ou não. Sempre é tempo de rever, repensar e refazer melhor!
Autoria: Paula Tiago

TELEVISÃO: impacto sobre a criança e o adolescente


Ulysses Doria Filho e Joelza Mesquita Andrade Pires 

A participação da mídia televisiva na vida de todos e, principalmente, na das crianças e adolescentes é enorme. Ela forma opiniões, cria conceitos, direciona o consumo e influência o comportamento. As crianças, em especial, imitam o que vêem na tela ou incorporam padrões de comportamento por ela propostos. Estes valores nem sempre constituem preocupação dos responsáveis, estando sempre ameaçados por vultosos interesses econômicos. Infelizmente grande parte da programação atual oferecida pelos canais de televisão envolve violência. Centenas de estudos sobre os efeitos da exposição a esta violência nas crianças e adolescentes têm sido realizados nos Estados Unidos e permitem pressupor que esta clientela possa:
  • Tornar-se imune ao horror da violência.
  • Gradualmente aceitar a violência como forma de resolver conflitos.
  • Reproduzir a violência observada nos filmes.
  • Identificar-se com características inconvenientes de vítimas e/ou agressores.
Além destes efeitos citados a permanência prolongada nesta atividade está associada a:
  • Atividades solitárias e sedentárias com hábitos alimentares inadequados (excesso de consumo calórico e de sódio: ingestão de batata frita, pipoca, fast food, bolachas ...), que podem levar a obesidade e elevações da pressão.
  • Reprodução de insultos e agressões expostos nos jogos de computador;
  • Distúrbios do sono (Insônia);
  • Diminuição da comunicação inter-familiar e isolamento;
  • Dificuldades escolares;
  • Exposição maciça a propaganda focada no consumo de tabaco, de álcool, de roupas de grife e brinquedos da moda etc;.
  • Hiperestimulação sexual e antecipação do início da vida sexual;
  • Distúrbios de atenção aos 7 - 8 anos de idade têm sido descritos em crianças expostas a televisão antes dos 2 anos. 
Para se avaliar a influência da mídia no comportamento basta observar o modo como as crianças de hoje dançam e vestem. Programas de televisão freqüentemente apresentam temas vulgares, com forte apelo sexual (dança da garrafa, da “bundinha”, da vassoura, bailes funk). Novelas exibidas a tarde e no início da noite exibem um mundo absurdo, denegrindo valores, a família, a religião, banalizando o sexo e a violência. 

O que os pais podem fazer a respeito?
  • Reduzir o tempo para ver televisão a uma ou duas horas por dia.
  • Ajudar seus filhos a encontrar outras atividades que substituam a televisão, como esportes, hobbies e atividades familiares em grupo.
  • Conhecer os programas que seus filhos vêem. Quando eles mostram cenas de sexo, abuso de drogas ou violência, ajude-os a compreender o que estão vendo, mostrando toda a extensão do problema.
  • Impedir a instalação de aparelhos de TV nos quartos das crianças.
  • Manter livros, revistas e jogos de tabuleiro na saleta de TV.
  • Não usar a televisão como babá eletrônica de seus filhos.
  • Não permitir que crianças com idade inferior a 2 anos sejam expostas a mídia televisiva.
  • Não permitir refeições ao mesmo tempo em que assistem à televisão.
  • Ser um exemplo vivo do que deseja ensinar.
É importante enfatizar que existem programas altamente educativos e adequados para as mais diferentes idades e que esta mídia constitui a única forma de lazer e até mesmo de educação para milhares de brasileiros. A televisão presente em grande parte dos lares constitui uma realidade com a qual é necessário aprender a conviver.
Saiba mais: Crianças e Adolescentes Seguros. Guia Completo para Prevenção de Acidentes e Violências. Sociedade Brasileira de Pediatria. Coordenadores: Renata D. Waksman, Regina M. C. Gikas e Wilson Maciel. Editora: Publifolha, 2005.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O QUE VOCÊ VAI FAZER NESTE NATAL?

O fim do ano sempre é um momento de reflexão 

sobre tudo o que aconteceu nos últimos 365 dias





A proximidade do Natal nos faz pensar e repensar sobre comportamentos e ações que, na correria do ano todo, às vezes, ficam para segundo plano: a solidariedade e o amor.
Em meio a listas de presentes, eventos e mais eventos para comemorar o Natal e o novo ano que se aproxima, muitos se preocupam em tornar o natal dos "socialmente menos favorecidos" um pouco mais feliz, seja através de doações ou simples boas ações. Discursos de solidariedade e igualdade se espalham por todos os meios de comunicação. 
 
Que bom se fosse assim o ano todo!

Também aumentam as mensagens de pais tentando ensinar esses valores e muitos outros a seus filhos.
O que muitos esquecem é que as crianças já possuem muitos e muitos nobres sentimentos.  E se algumas delas os perdem durante o seu crescimento e passagem para a fase adulta, é porque o mundo e seus exemplos contribuem para isso.
Nós, adultos, deveríamos prestar mais atenção ao modo de ser das crianças. E tentar tirar todo o proveito dos verdadeiros bons exemplos que elas nos dão diariamente, e que teimamos em ignorar, presos à insistente desculpa do stress e correria do dia a dia.
Quando bem pequenas, as crianças têm um mundo próprio e uma maneira bem singular e simples de agir. Conforme vão crescendo, vão espelhando-se nos atos e exemplos dos adultos, o que acarreta, às vezes, à perda desta essência tão bela. 
É como um via de mão dupla: se aprendessemos com elas, mudando nosso comportamento, poderíamos dar melhores exemplos todos os dias, os quais seriam reincorporados pelas crianças na fase em que elas deixam o seu modo simples de ser para imitar os atos dos adultos, criando assim, um círculo de beleza e amor.
Desta forma, ao crescer a criança terá dos adultos bons exemplos de atitudes, se tornando um adulto mais humano e preocupado com o próximo.
Se a palavra Natal muitas vezes está associada a presentes, vamos aproveitar e incorporar os presentes e as lições que as crianças nos dão diariamente: a forma simples de olhar o mundo, a sinceridade, honestidade, inocência, imaginação, criatividade, a capacidade de perdoar com facilidade ou de pedir ajuda, o amor incondicional, a pureza e alegria inatos e até mesmo a capacidade rápida de cura quando ficam doentinhos (que, tenho certeza, está ligada à felicidade genuína deles, pois a felicidade tudo cura!).
E você já reparou como as crianças são perseverantes, possuindo a capacidade de lutar bravamente por um ideal sem, no entanto, desanimar ou estressar? E, ainda, a grande capacidade que possuem de lidar com a frustração da perda? Sim, pois embora, muitas vezes elas chorem e esperneiem no momento da crise, bastam dez minutos para que elas estejam prontas para um novo desafio. E sem culpar ninguém pelo insucesso. 
Ao pensar em presentes de natal, tenha uma certeza: o melhor presente, nós, pais, já ganhamos: nossos filhos! Vamos celebrar este presente grandioso e maravilhoso, mas nunca esquecendo de assimilar e colocar em prática as lições de amor, solidariedade e perseverança que eles nos dão (os presentes, não de Natal, mas de vida que nos dão diariamente e sem pedir nada em troca).

E acima de tudo, retribuindo e dando a eles muito amor.

Faço minhas as palavras do sábio Ruben Alves: "A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente".

Crianças são sábias e não economizam suas vidas. Sabem viver com alegria e simplicidade, aproveitando cada momento. 
Ao nos igualarmos às crianças, pelo menos um pouco todos os dias, viveremos e construiremos um mundo melhor, mais humano, justo e feliz, que será muito bem aproveitado quando nossos filhos crescerem.

Este, então, é o verdadeiro presente de Natal que podemos dar a eles. Basta tentar, mas não só tentar, é necessário agir e conseguir! 

Gostaria sinceramente que todos pudessem buscar a felicidade nos momentos  simples como no aconchego de um abraço verdadeiro, no olhar puro de um animal, no sorriso inocente de uma criança, naquele prato de arroz e feijão da mãe, naquela tímida mão no seu ombro (do pai) ... Só é preciso olhar sem analisar, apenas sentir!

Boas festas a todos!

Fonte:Cláudia Fernanda Venelli Razuk.
O que faz: Pedagoga e coordenadora do colégio Itatiaia.
Melhor lugar do Mundo: Minha casa, com meu marido e filhos e em qualquer lugar rodeada dos verdadeiros amigos.

Fale com ela: itatiaiaed.infantil@terra.com.br

domingo, 18 de novembro de 2012

O que não pode faltar na Educação Infantil?

Educação Infantil 0 a 3 anos

Fonte:http://revistaescola.abril.com.br 

Para que as turmas de 0 a 3 anos se desenvolvam plenamente, é preciso conhecer as características de cada faixa etária e garantir que algumas experiências essenciais façam parte do planejamento. Saiba como trabalhá-las e porque são tão importantes

Beatriz Santomauro (bsantomauro@fvc.org.br) e Luisa Andrade. Colaboraram Bianca Bibiano, Denise Pellegrini, de Curitiba, PR; Julia Browne, de Belo Horizonte, MG; Thaís Gurgel, de Sobral, CE; e Vilmar Oliveira, de São José dos Campos, SP.

                                                                                                         Foto: Diana Abreu
Foto: Diana Abreu1. Brincar

Objetivo: Embora a brincadeira seja uma atividade livre e espontânea, ela não é natural, mas uma criação da cultura. O aprendizado dela se dá por meio das interações e do convívio com os outros. Por isso, a importância de prever muito tempo e espaço para ela. "Temos a capacidade de desenvolver a imaginação - e é essa habilidade que o brincar traz", diz Zilma de Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP).

Propostas de Atividades: Uma das primeiras brincadeiras do bebê é imitar os adultos: ele observa e reproduz gestos e caretas no mesmo momento em que acontecem. Com cerca de 2 anos, continua repetindo o que vê e também os gestos que guarda na memória de situações anteriores, tentando encaixá-los no contexto que acha adequado. Tão importante quanto valorizar essas imitações é propor ações físicas que possibilitam sensações e desafios motores. "É pela experimentação que a criança se depara com as novidades do espaço, sente cheiros e percebe texturas, tamanhos e formas", explica Ana Paula Yasbek, coordenadora pedagógica da Escola Espaço da Vila, em São Paulo.

Alguns brinquedos também fazem sucesso nessa fase. Os mais adequados são os de peças de montar, encaixar, jogar e empilhar, além dos que fazem barulho. É preciso ter cuidado com a segurança e só usar objetos maiores do que o tamanho da boca do bebê quando aberta.
Para um trabalho eficiente, uma boa estrutura é essencial. Isso inclui ter material suficiente para que todos consigam compartilhar e um bom espaço de criação. "Os ambientes devem ser convidativos e contextualizados com a história que se quer construir", diz Ana Paula. Uma área ao ar livre, mesmo que com poucas árvores, vira uma grande floresta. Uma sala bem cuidada, rica em cores e com variedade de brinquedos e estímulos igualmente possibilita momentos criativos, prazerosos e produtivos.

Exemplo de como organizar a sala de atividades: Em Vitória, capital capixaba, a brincadeira é parte da rotina diária da CMEI João Pedro de Aguiar. As salas das turmas de 2 anos, por exemplo, são divididas em cantos. Num deles ficam os brinquedos de madeira para montar. Noutro, bichos de pelúcia e bonecas. Num terceiro, livros. Tudo em uma altura que permita a todos pegar o que querem sem ajuda. Diariamente, a classe passa um bom tempo no pátio, em que uma área é forrada de areia e outra acomoda brinquedos de plástico, como escorregador e cavalinho de balanço. "Ali, os pequenos correm e encontram amigos de outras turmas para que tenham a oportunidade de viver novas situações", diz a coordenadora pedagógica Wanusa Lopes da Silva Zambon.
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

"O fim da infância é o fim do nosso futuro"




"Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância."

Direção Estela Renner
Produção Executiva Marcos Nisti
Maria Farinha Produções



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

UM CARROSSEL DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO


"Nenhuma escola conseguirá ensinar seus alunos a pensar e agir com autonomia se, antes de tudo, seus professores não fizerem o mesmo."

CARTA ABERTA AOS PROFESSORES, DIRETORES, PAIS E FAMILIARES.
A Escola Municipal de Educação Infantil “ Guia Lopes” comprometida com ações que valorizem as diferenças e tonifiquem a autoestima de todas as crianças com idade de 3 a 5 anos através do combate a qualquer ação que dissemine o racismo, o preconceito e a discriminação na infância torna público o repúdio à novela Carrossel, veiculada diariamente pelo SBT ( Sistema Brasileiro de Televisão). 

Trata-se de uma novela dedicada ao público infantil que se passa em uma pretensa escola , com supostas profissionais da educação em que alunos personificam  os mais variados estereótipos e  vivenciam situações inaceitáveis nas quais  a criança negra é frequentemente humilhada,  a beleza e a superioridade da criança branca são enaltecidas, as crianças com sobrepeso são ridicularizadas e o espírito competitivo é levado ao extremo. A cada episódio, uma das crianças é exposta às ações do grupo que  planeja situações vexatórias seguindo um enredo  que reforça tudo o que nós combatemos e acreditamos deva ser combatido.  Cirilo, um menino negro, pobre, e de boa índole é apaixonado por Maria Joaquina, menina branca, rica e cheia de soberba. Para ilustrarmos a perversidade existente nas relações entre as crianças da pretensa “Escola Mundial”, citamos  o episódio em que um grupo de garotos resolve convencer Cirilo que, para conquistar Maria Joaquina, seria necessário  comprar um tônico para ficar bonito. Cirilo, sendo uma criança com baixa autoestima, pega as moedas de seu cofrinho e compra a milagrosa loção feita por seus  “colegas”.
São evidentes os efeitos nefastos da insensibilidade, do desconhecimento do universo infantil e do desrespeito à dignidade a que todos temos direito.  Várias de nossas crianças têm verbalizado o seu descontentamento em serem negras e o desejo de mudar sua cor de pele, enquanto outras formam grupos impenetráveis de “Marias Joaquinas”, negando-se a usar o uniforme e estabelecendo competições de roupas e acessórios. Atentas a estas manifestações, estamos trabalhando para mobilizar a atenção da comunidade de pais e docentes para que sejamos, todos,  criteriosos e críticos em relação à programação infantil a que ficam expostas nossas crianças.

Para aqueles que ainda não conhecem a novela, é possível constatar as características de alguns personagens no site promocional da referida emissora: (http://www.sbt.com.br/carrossel/personagens/)

Assinam a presente manifestação a equipe administrativa e pedagógica e todas as professoras da EMEI GUIA LOPES. São Paulo, 27 de setembro de 2012.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Existe algo que o dinheiro não pode comprar...

http://www.educare.pt/educare/images/transparent.gif
É bastante comum as pessoas justificarem os seus erros, invocando as suas precárias condições de vida. 
Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que as circunstâncias negativas as fizeram agredir o seu semelhante.
Filhos agridem os pais porque não lhes deram o que pediram no momento exato que queriam... Irmãos que mentem e enganam para ter um "quinhão" maior em heranças, não se importando em que condições ficarão os demais irmãos. Com certeza, foram aquelas crianças que não ouviram o “não” dos pais na hora certa.
O que nos falta sim, é uma melhor educação. Mas aquela que tem a ver com a formação do caráter de cada um. E para isso, precisamos urgentemente, de pais conscientes que ensinem os verdadeiros valores da vida aos seus filhos. Que lhes digam que é nobre dizer a verdade, mesmo que isso não os credencie a receber algum prêmio de compensação. 
Pais que tenham coragem de falar aos seus filhos sobre os dias mais tristes das suas vidas. Que tenham a ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram ultrapassar. 
Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim apresentar-lhes o livro da vida. Pais presentes que desenvolvam nos seus filhos: a capacidade de lidar com  as  perdas e frustrações,  capazes  de dialogar e ouvir sempre que for necessário. 
Pais que sejam presentes, mesmo que o tempo seja curto, que se sentem para conversar e ouvir os seus filhos sobre tudo o que os rodeia, partilhando sentimentos, desejos e dificuldades. Pais que não se preocupem somente com festas, com roupas, aniversários e com produtos eletrônicos. Mas que também se preocupem em trocar ideias e refletir.
Pais que sabem que não devem atender a todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos e dependentes.
Existem pais que dão algo que "todo o dinheiro do mundo não pode comprar": o seu amor, as suas experiências, as suas lágrimas e o seu tempo.
Um autêntico processo de educação em que o filho aprende que amar é o maior dos tesouros. E não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa grife, ou não conseguiu viajar para a praia nas férias.



Respeitar as regras da vida é  o melhor caminho para alcançar a felicidade, pois essas regras nos deixam mais maduros para escolher o melhor que a vida pode nos oferecer.





sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Qual o verdadeiro significado do dia das crianças?


Deveríamos repensar o significado do dia das crianças,

pra que ele serve, 

por quem foi criado,

para quem,

e por quê ?

leia sobre essas questões no final dessa matéria...

Eu já deixarei aqui algumas ideias de como curtir essa data com seus filhos sem ter que ceder ao consumismo exagerado:
Organizar um acampamento no próprio quintal junto com os  primos ou colegas de escola, cinema em casa com direito a pipoca, logo após, cada  um conta uma história engraçada de si mesmo... 
No dia seguinte, podem fazer uma gincana com diversas brincadeiras como: a corrida do ovo na colher, corrida do saco, pular corda, brincar de roda com cantigas tradicionais ou criando nocas brincadeiras com músicas atuais, por que não?
Reunir todos em torno de um jogo de tabuleiro, adultos e crianças brincando, rindo, aprendendo, ensinando todos juntos.

Quer ler mais ? 

Você pode clicar nesse link do nosso blog: 
Aqui, você vai encontrar  mais ideias de brincadeiras  e atividades que podem divertir sua família sem consumismo até mesmo pra quem mora em apartamento. 



O Dia das Crianças se aproxima e começamos a perceber a profusão de apelos publicitários querendo transformar um produto qualquer no sonho de consumo da garotada. Nós, os pais, estamos na expectativa de sair às compras, cartão de crédito em punho e até dispostos a encarar mais um parcelamento para realizar o sonho dos nossos pequenos.
Contudo, mal conseguimos lembrar qual presente demos no ano passado. E quando lembramos, nem sabemos onde está. É certo que está em algum baú, em alguma caixa, gaveta ou sob as montanhas de novos brinquedos que nossos filhos ganharam desde o ano passado. Se não tiver sido algo significativo, ele já foi esquecido. Se olharmos com cuidado vamos reparar que nossos filhos possuem brinquedos demais e brincam com dois ou três que são os favoritos. Estes são os significativos. A verdade é que a quantidade de objetos pode ser proporcional à distância, à ausência e ao vazio. Como os nossos pertences de adulto, os brinquedos às vezes são usados para preencher vãos. A questão é que os objetos em si não suprem vazios, coisas não se tornam presença.
O Coletivo Infância Livre de Consumismo convida você a refletir conosco sobre o que realmente é capaz de fechar estes espaços. Queremos saber quais são as suas ideias para que, no Dia das Crianças, a gente consiga tirar o foco do consumismo. Use este espaço para compartilhar histórias de como sua família costuma comemorar o Dia das Crianças. Conte qual a importância sua e do presente neste contexto. Que atividades interessantes podemos fazer com nossos filhos?
Queremos saber se tantos objetos são mesmo necessários para fazer nossos filhos se sentirem homenageados nesse dia.
O que nós, pais e mães, podemos proporcionar aos nossos filhos para que se sintam preenchidos pelo amor?
Vamos conhecer as histórias que existem por trás desta data e tirar nossas conclusões. Espero que deixem seus comentários.

Como surgiu o dia das crianças?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Carta às mães


Meu nome é Agnes Arato e sou uma das mães que fazem parte do coletivo Infância Livre de Consumismo. Se você pensar no grupo gestor das ações deste coletivo, sou uma das 20. Se pensar no grupo que acompanha, compartilha, debate e pensa parecido, sou um dos quase nove mil pais e mães que fazem o coletivo Infância Livre de Consumismo.

Quero pedir licença aos pais para falar às mães – isso porque historicamente e estatisticamente são as mães que tocam a vida prática da prole. São as mães que parem os filhos, que amamentam, e são principalmente elas que cuidam das crianças na primeira infância. Aqui em casa, embora eu me esforce e cobre muito o contrário, ainda é assim.


Quero falar com você, mãe, para que a gente se entenda.
Não estamos contra você.                                                        
Estamos com você!                                                                             

Nossa briga não é com você, mãe, que eventualmente fornece comida industrializada para seu filho ou que não amamentou exclusivamente até os seis meses (seja por qual motivo for), ou com qualquer outra mãe, pai ou família.
A nossa briga é com o mercado que não nos avisa que alguns alimentos industrializados, em uma única porção, contêm 75% do sódio que poderíamos ingerir em todo o dia, e que isso pode causar inúmeras doenças em nossas famílias. 
A nossa briga é com o “comunicador” que mantém no ar um programa infantil que, a cada cinco minutos, para tudo o que está fazendo – brincadeiras, desenhos – para vender mais um produto licenciado a nossos filhos. 
A nossa briga é com os anunciantes que colocam desenho animado e música infantil em propaganda de produtos para adultos, provocando e reforçando a criança como tomadora de decisões de compra de toda a família. 
A nossa briga é com o fabricante que coloca um brinquedinho em seu lanchinho pouco saudável, deixando para nós, mães, a tarefa inglória de explicar e barganhar com a criança que quer aquilo de qualquer jeito, pois “todo mundo tem”.
A nossa briga é com o pediatra que, ao invés de nos ensinar a estimular a produção de leite, recomenda uma fórmula industrializada logo de início, e não avisa que o nosso próprio leite, além de gratuito, fornece uma proteção a nossos filhos que nenhum outro leite fornecerá.
A nossa briga é com a imprensa que, ao invés de apresentar mais soluções para a falta de tempo na hora de ir para a cozinha, indica a papinha industrializada como única saída (saudável?) para o dilema.

Nossa briga não é com você, mãe. 
Não queremos culpá-la. Mas também não estamos aqui para aliviar. 

Queremos que você sente-se conosco, reflita, debata, participe. Afinal, para criar nossos filhos em um mundo onde seja mais importante o “ser” do que o “ter” é preciso que cada um de nós se mobilize. Ao invés de nos acomodarmos em nossa pretensa impotência diante da força de grandes corporações ou conglomerados de comunicação, se cada um de nós der sua pequena contribuição, podemos, sim, mudar hábitos e pensamentos que pareciam imutáveis. Penso sempre na metáfora do formigueiro e da formiga. A formiga, sozinha, não movimenta nada. Mas do que um formigueiro é capaz?

Abraços a todas e todos!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Games violentos incitam violência?

Informações para lidar de forma saudável com a Internet e a informática
por Luciana Ruffo - psicóloga componente do NPPI


"Que fique claro: não pretendemos fazer aqui uma apologia dos jogos violentos, nem defender sua liberação total e irrestrita. É importante ter em mente que para tudo na vida a moderação é fundamental"

"O adulto que se vê diante desses jogos, tende a achá-los mais violentos do que as brincadeiras da sua infância, pois imagina como reais as cenas que ali vê. Ele não "pensa" as cenas do jogo como expressões da fantasia"
Um dos temas que sempre surge quando alguém nos procura para conversar sobre as relações entre a psicologia e a informática é a polêmica questão da relação entre os jogos e a violência.
A cada dia são lançados novos jogos que, no entender dos adultos, incitam a violência podendo eventualmente influenciar as crianças e adolescentes de hoje a se tornarem mais agressivos. Será mesmo verdadeira essa impressão?
Se fizermos uma análise mais profunda do nosso dia-a-dia, será inevitável perguntar quem surge primeiro: a violência urbana ou a violência nos jogos. Sem dúvida, uma é reflexo da outra.
No nosso entender, a criança busca jogos com conteúdos violentos como uma forma de elaborar a realidade com a qual ela tem de conviver em seu dia-a-dia.
Quando ela joga um game e "mata" o inimigo, ou "mata" as "forças do mal", está explorando em si mesma o potencial para lidar com as adversidades, para se sentir forte e poderosa visando encarar o dia-a-dia real, permeado de situações que ela sente serem maiores do que ela. Essa é versão atual das tradicionais formas lúdicas de se elaborar dificuldades.
Em nossa infância, brincávamos de mocinho e bandido. Usávamos armas de plástico e nos "matávamos", com direito a grandes performances, se jogando no chão e fazendo sons que simulavam a dor da morte. Nem por isso a maioria de nós se tornou bandido ou têm uma moral questionável.
O adulto que se vê diante desses jogos, tende a achá-los mais violentos do que as brincadeiras da sua infância, pois imagina como reais as cenas que ali vê. Ele não "pensa" as cenas do jogo como expressões da fantasia. Quando vê um personagem atirando em outro, associa essa cena à dor da perda, da agressão além de outros fatores, que no geral não permeiam a mente de uma criança diante do mesmo jogo. Vale observar que os jogos têm faixas etárias sugeridas, e isso pode ser uma dica sobre o que é saudável ou não em determinada idade.
Que fique claro: não pretendemos fazer aqui uma apologia dos jogos violentos, nem defender sua liberação total e irrestrita. É importante ter em mente que para tudo na vida a moderação é fundamental. Se além do jogo a criança ou adolescentes tem uma vida presencial saudável, vai para a escola, conversa com amigos, mantém outras atividades lúdicas dentro de casa (não relacionadas ao jogo) além de um convívio satisfatório com os pais, então tudo bem.
Não será plausível esperar que crianças e adolescentes fiquem longe dos games se não tiverem outras ofertas de atividades. Entre ver televisão e jogar, estaremos no mesmo patamar, tanto no âmbito de exibir violência como no de entreter. O mais relevante não é o veículo em si, mas a forma como os pais lidam com essas ferramentas, ao oferecerem alternativas de lazer aos filhos. É importante propiciar a eles a chance de outras atividades construtivas, com interação humana presencial, facilitadoras de aprendizados.

Games: risco do vício

Muitos pais optam por deixar seus filhos diante do videogame por medo da violência urbana. É mais fácil agir assim, pois "sabem onde eles estão" e o que estão fazendo, ou seja, desse modo, evitam os "riscos da rua". Mas essa opção tem um preço. Se eu fizer de meu filho um prisioneiro dentro de casa e só lhe oferecer o videogame como opção de lazer, é quase inevitável que ele se "vicie" nessa atividade. Alguns pais esquecem que sua função inclui a tarefa de colocar limites e propiciar variadas atividades saudáveis aos seus filhos.
Quando o "vício" em games se instala, vale observar e avaliar a vida global da criança ou do adolescente. Geralmente esse vício reflete que algo não está bem na sua vida presencial, e que alguma questão psicológica está se apresentando e precisa ser olhada com atenção. É comum, por exemplo, na base do vício localizar-se alguma forma de depressão.

E quais são os sinais?
Como reconhecer que o vício se faz presente? 


Para os pais, que se defrontam com uma situação desse tipo, um bom caminho a seguir é tentar entender o significado que seu filho está atribuindo àquele jogo. Olhar para a situação (ao menos em um primeiro momento) sem julgamento, tentar se aproximar, visando entender a função que essa atividade está assumindo na vida de seu filho. De preferência, tentar até mesmo aprender como jogar. Por vezes, os pais poderão ficar surpresos com os efeitos obtidos com essa maior proximidade: poderão começar a "conhecer", não apenas o game em questão, mas, seu próprio filho (a), a partir de um contato mais próximo com as coisas ou atividades que lhes são tão atraentes.
Mas, se essa aproximação não for suficiente, a busca de uma ajuda profissional poderá ser a alternativa para se obter uma solução satisfatória. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

COMIDA E TV, COMBINA?

Especialistas defendem a regulação da publicidade para evitar influência negativa na alimentação das crianças; para nutricionista, isso não deve isentar os pais de seu papel
27/06/2011 | 00:00
Bruna Komarchesqui, especial para o JL
Pesquisa do Instituto Datafolha aponta que 76% dos pais brasileiros enxergam na publicidade de alimentos ultraprocessados – ricos em sal, gordura, açúcar e com baixo valor nutricional – um fator que atrapalha na hora de promover a alimentação saudável em casa. O estudo foi encomendado este ano pelo Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que tem como missão promover a assistência social, a educação, a cultura, a proteção e o amparo da população. “O que sabemos é que a publicidade de alimentos interfere, sim, e bastante na formação de hábitos alimentares. Essas peças dialogam muito com as crianças, incentivando o consumo excessivo e habitual”, argumenta a advogada do projeto, Tamara Amoroso Gonçalves. Nesta quinta-feira ela faz palestra em Londrina sobre aspectos éticos e legais da publicidade dirigida a crianças. Segundo Tamara, levantamento feito pelo Projeto Criança e Consumo em 2010 apontou que em 10 horas de programação de tevê houve mil inserções publicitárias. “Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) diz que a publicidade dos ultraprocessados representa quase 90% da publicidade de alimentos feita na televisão brasileira. Se levarmos em consideração que uma criança brasileira assiste a cinco horas de tevê por dia, é um número bastante significativo”, avalia. 
Para a advogada, embora ainda não haja uma normativa que trate especificamente da publicidade de alimentos, a atual legislação já em vigor reprime o direcionamento de qualquer forma de publicidade para as crianças, o que não é um entendimento consensual ou majoritário dentre os juristas. “Como a lei é um texto aberto, permite diversas interpretações. Nós entendemos que já é proibido. A legislação que trata de criança e adolescente não traz menção explícita à publicidade, por isso, fazemos uma leitura da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em conjunto com o Código de Defesa do Consumidor”, explica Tamara.
A nutricionista Valéria Arruda Mortara, que trabalha em duas escolas particulares de Londrina, diz acreditar que a necessidade de regulamentação da publicidade alimentar é fundamental, mas não deve ser desculpa para que os pais se isentem de seu papel. “A criança não vai enfiar a carteira embaixo do braço e comprar, é o pai que faz isso, na necessidade de atender ao desejo.” De acordo com ela, a criança não tem noção do valor nutritivo e acaba atraída por detalhes como o brinquedinho que acompanha o alimento. Por isso, os pais precisam aprender a dizer “não”, na medida certa. “Não é querer fazer o filho comer arroz integral, porque ele não vai se acostumar. Mas é ter dia para as coisas, ter controle, ter horário certo para comer”, explica. Nesse sentido, equilíbrio é fundamental. Não há problema, segundo a nutricionista, em comer três bolachas no lanche da tarde, duas vezes por semana. “O erro é sempre na dose”, diz Valéria.

Na casa de Silvia França, “porcarias” só nos fins de semana

Mãe de Lia, de 5 anos, e João, de 1 ano, Sílvia França é o que se pode definir como uma mulher atenta à alimentação dos filhos. Ela conta que sempre ofereceu muitas frutas e legumes às crianças e faz questão de dar o exemplo, comendo salada e produtos saudáveis. “O João raramente come açúcar, só quando vamos a alguma festinha mesmo. A Lia foi tomar refrigerante apenas aos 2 anos de idade. Ela adora salada, come antes das refeições e, muitas vezes, temos que brigar para que ela coma mais comida, porque, se deixar, come só salada. ”Sílvia diz que costuma fazer uma média semanal com a alimentação dos filhos. “Se um dia eles não querem carne, no outro comem um pouco mais.” Até o pequeno João come o mesmo que o restante da família. “Eu pego a comida normal da casa, com o mesmo tempero, para a papinha dele”, diz. Após o almoço, a sobremesa, em geral, é uma fruta.

O que fazer com as guloseimas anunciadas na TV ? 

De acordo com Silvia França, até pode, mas de vez em quando. “A Lia vê pouca televisão, porque até isso é negociado. Ela pode assistir a dois programas do Discovery Kids de manhã e o Sítio do Picapau Amarelo à tarde”, diz. A saída da mãe aos apelos televisivos é oferecer as chamadas “porcarias” – chocolate, pirulito e balas – somente nos fins de semana. A exceção é o sorvete. “O sorvete ela pede toda vez que vê, porque é muito liberado em casa. Costumo comprar palitos de fruta e também de chocolate, que todo mundo gosta”, confessa.

“Tem muita propaganda enganosa”

Para a nutricionista Valéria Mortara, um dos pontos que deve entrar em discussão na regulamentação da publicidade alimentar diz respeito à alegação de propriedade nutricional. “Tem muita propaganda enganosa. Um Danoninho não vale por um bifinho, até porque ele é cálcio e o bife é ferro. Uma criança que está anêmica não deveria ficar comendo Danoninho, porque ele atrapalha a absorção do ferro”, exemplifica. Valéria também defende que os pais deem o exemplo na hora das refeições, comendo sentados à mesa, sem televisão ligada. “É importante voltar a criar as refeições dentro de casa em horário certo. E, se nesse horário certo, uma ou duas vezes por semana for uma besteira, não tem problema. Ontem eu jantei cachorro quente”, confessa. A advogada Tamara Gonçalves lembra que é fundamental dialogar com o filho, estabelecendo limites e desmistificando algumas ideias vendidas na propaganda. “Ao levar a criança ao mercado, é bom fazer acordos – ‘olha, não vamos comprar todos esses produtos, vamos comprar apenas alguns’ – e cumprir esses acordos. Não é tiranizar, mas pensar na questão do excesso. O problema é o consumo excessivo e habitual.”